sábado, 27 de fevereiro de 2016

OS NOVOS CIENTISTAS DA CONSTRUÇÃO

As Grandes cidades crescem verticalmente, os edifícios eclodem na paisagem urbana, o meio se modifica. Em decorrência a esse desenvolvimento cresce o setor da Construção Civil e consequentemente os acidentes nos canteiros de obras.

Devido aos altos índices de acidentes de trabalho, 5 milhões ocorridos no Brasil entre 2007 e 2013 segundo o anuário estatístico da Previdência Social, a política de segurança, medicina e higiene constituem mecanismos indispensáveis na prevenção, minimização e eliminação dos riscos nas instituições públicas e privadas. Na Construção civil no que tange às edificações, a consciência preventiva é ainda maior.

Em meio à atmosfera de ritmo acelerado e busca da eficiência empreendidas pelas corporações, o especialista de Segurança do Trabalho, participa e contribui ativamente para a diminuição dos índices de acidentes, na melhoria da qualidade e no planejamento das obras. Desta forma, o canteiro de obras apresenta-se como um dos cenários mais desafiantes para o profissional da prevenção, devendo esse estar sempre em busca de novos conhecimentos para superar os obstáculos que se desenham a cada etapa das construções.

Nesta perspectiva, o profissional apenas cumpridor de tarefas perde espaço, inexiste ante a moderna e complexa engenharia de Segurança do Trabalho. A busca constante do aprimoramento profissional e a atualização obriga o Engenheiro, técnico e tecnólogo posicionamento de cientista. Cumprir as normas e as leis, apesar de essências, não correspondem a sua totalidade. Documentar as práticas existentes no campo e sugerir metodologias para as práticas não existentes são fatores de suma importância que precisam ser incorporados pelos “novos cientistas da prevenção”. São esses fatores que tornam a Construção civil uma área singular e de um atrativo sem igual para profissionais e estudantes de Segurança do Trabalho.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

A ESCOLA DA CONSTRUÇÃO

Não resta dúvida de que na elaboração de um projeto de prevenção de acidentes do trabalho para o setor da Construção Civil, faz-se necessário a observância da NR-18, entretanto, essa norma não trabalha isolada. Muitas Normas Regulamentadoras atuam em conjunto e se entrelaçam de forma particular no Canteiro de Obras.

Na obra de um edifício, por exemplo, descreve-lo estrategicamente planejado para as atividades de construção, observando a localização compacta das instalações e o livre acesso em relação as atividades desenvolvidas (frente de serviço), coopera tanto para um bom andamento da obra, quanto na confiabilidade dos envolvidos.

Outro exemplo prático é tentar armazenar todos os materiais no subsolo, caso não seja possível, será preciso planejamento ao armazena-los no pavimento térreo. Acidentes acontecem frequentemente quando não à desobstrução dessas vias; a existência de pontas verticais de aço e tábuas declinadas representam risco dobrado para trabalhadores, clientes e visitantes. O eficiente planejamento, a constante manutenção e a prática da higiene possibilitam o estoque de materiais no pavimento e facilitaram a operação nesse setor.

A localização planejada do almoxarifado se deve às funções de controle de matérias e ferramentas, como também à necessidade da proximidade ao ponto de descarga de caminhões. Já a proximidade com o escritório beneficia a comunicação entre técnico e almoxarife. É preciso salientar que, esses procedimentos são importantes no combate aos efeitos da fadiga e eficaz contra o surgimento de risco ergonômico.

Outro ponto importante na obra são os elevadores. Nos últimos quinze anos a qualidade dos elevadores deu um salto, entretanto ainda estamos emergentes quando o assunto é segurança. Para extinguir as inadequações existentes nas obras afora, faz-se necessário a conscientização do setor: tropeço na retirada do material da cabina ao pavimento quando o elevador não para corretamente no andar, queda de matériais, exposição a energia elétrica e a projeção da cabeça (tronco) no poço representa os riscos mais frequentes e por isso, devem ser os mais combatidos nas Construções.

Para reforçar a existência dos riscos de acidentes com elevadores, faz-se o uso de palestras e treinamentos na obra. O DDS (dialogo diário de segurança) quando bem ministrado consiste na maior das ferramentas do gestor de Segurança do trabalho.

Tendo em vista os limites das suas atribuições, o estagiário, deve proporcionar ao trabalhador a maior gama possível de informação, capacitando-o e transformando-o em agente da prevenção. Não se pode esquecer que é importante manter a parceria com o mestre e o engenheiro responsável pela Obra. A partir do momento que existe esse aparceiramento, os pontos de maiores complexidades e riscos de acidentes, serão tratados, abalizados e resolvidos com maior rapidez e cordialidade.

Sendo o Canteiro de Obras o coração da Construção civil, o técnico precisa sentir-se parte inerente desse, transformando-o e viabilizando a integração do trabalhador ao meio laboral.

EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)

Projetados para proteger o trabalhador dos riscos que não podem ser tecnicamente removidos no ambiente de trabalho e utilizados como complemento às medidas de proteção coletiva e administrativas, o equipamento de Proteção Individual é sempre visto como um fator de desconforto pela maioria dos trabalhadores da Construção, fato é que, corriqueiramente acontecem situações conflituosas entre Técnico e operário pela não utilização da proteção.

No entanto está comprovado a eficácia das medidas de proteção principalmente quando o assunto é acidentes fatais. O equipamento de proteção, seja individual ou coletivo, possui papel importante neste universo cheio de imprudência, negligência e imperícia, nesse sentido, o Técnico representa o instrumento que conduz a prevenção ao local de trabalho.

É necessário frisar também que o trabalho em altura é o maior causador de acidentes com óbitos na construção, assim sendo sugere-se pautar palestras com temas ligados a NR-35 (e NRs correlatas), reforçando desta forma, a correta utilização dos equipamentos de proteção individual e o adequado proceder ante os equipamentos de proteção coletiva.

Concordemos que somente a dedicação e o compromisso desse especialista não vão trazer grandes resultados positivos, é preciso a participação da classe operária, do empregador e principalmente da sociedade, sendo essa, a mola propulsora na promoção do diálogo, do questionamento e das novas metodologias para a segurança do Trabalho.

Diante do exposto, a Construção civil apresenta-se como uma verdadeira escola, composta por engenheiros, técnicos, mestres, carpinteiros, pedreiros e tantos outros; ensinando e aprendendo, educando e propondo novos conceitos, sugerindo as melhores e as mais seguras condições de trabalho, tudo isso, na desafiadora missão de manter relações pessoais e administrar situações profissionais em meio as exigências impostas pelo competitivo mercado de Trabalho.