De acordo com dados Hospital João XXIII, em 2013 foram 1.016 pacientes com esse tipo de acidente no trabalho, enquanto nos dois primeiros meses deste ano já foram atendidas 141 trabalhadores.
O trabalho com máquinas e equipamentos constitui uma das atividades que mais geram acidentes, lesões graves e amputações, ocasionando muitas vezes afastamento médico ou relocação de função. É o que afirma uma pesquisa divulgada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Segundo o estudo, ocorrem anualmente 270 milhões de acidentes de trabalho em todo o mundo. Aproximadamente 2,2 milhões deles resultam em mortes.
No Brasil, são 1,3 milhão de casos, que têm como principais causas o descumprimento de normas básicas de proteção aos trabalhadores e más condições nos ambientes e processos de trabalho. Segundo o estudo da OIT, o nosso país ocupa o 4º lugar em relação ao número de mortes por acidente de trabalho. Em primeiro lugar vem a China, depois Estados Unidos e Rússia.
Em Minas Gerais, segundo dados do Hospital João XXIII, da Rede Fhemig, somente em 2013 foram notificados 1.016 pacientes envolvidos com acidentes no trabalho. Destes, 71.25% eram homens na faixa etária produtiva de 20 a 59 anos. Em janeiro e fevereiro de 2014, foram atendidos no hospital 141 pessoas pelo mesmo motivo, sendo 118 envolvidos com lesões graves ou amputações.
O último Anuário Estatístico da Previdência Social divulgado aponta que em 2012, foram registrados no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) 705,2 mil acidentes de trabalho. Para o médico Sílvio Grandinetti, diretor de emergências do Hospital João XXIII, os acidentes com ferramentas manuais – as chamadas maquitas, serras utilizadas para cortar mármores e azulejos, são o principal motivo de fraturas e amputações nas mãos e dedos dos acidentados que chegam à unidade, seguidos das ocorrências com fogos de artifício. “A grande maioria destes acidentes ocorre no ambiente de trabalho, o que causa um elevado ônus para todas as partes. Os prejuízos são grandes não só para a vítima – que terá que desenvolver habilidades e talvez uma profissão que se adapte à sua nova realidade, mas também para a sua família e a Previdência Social, que irá arcar reabilitações e indenizações, fato que, diretamente, afeta toda a sociedade”, explica Dr. Sílvio Grandinetti.
O diretor de emergências do Hospital João XXIII lembra ainda que as atividades com máquinas agrícolas – a exemplo dos moedores de cana e tratores, também são responsáveis por grande número de acidentes que resultam em lesões graves, quase sempre perda total de membros, como pernas, braços e antebraços. “Os sinistros – como se chamam os resultados da imperícia do trabalhador acidentado por maquinário, muitas vezes são o resultado da insistência do próprio operador em fazer o aparelho funcionar quando ela está emperrada ou operando de forma incorreta”.
Para o médico, a principal causa deste tipo de acidentes é falta de equipamentos de segurança e treinamento inadequado, de modo a agilizar o serviço pretendido. “Em determinadas circunstâncias, a vítima sabe que está conduzindo a máquina de forma errada, porém o faz para terminar o trabalho mais rapidamente”, avalia. Outros motivos que causam acidentes, segundo o médico, são a fadiga, falta de atenção ou treinamento, e em alguns casos, uso de álcool e outras drogas e, até mesmo, preocupação com problemas pessoais, finaliza
por Wander Veroni Fonte: Rede Fhemig/Adapt foto: agência CreAds Advertising para o Ministério do Trabalho de Cingapura.
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